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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cultivo de pasto terá calendário

J.F. Diório/AE 29/1/2008 - PASTAGEM -

- Após três anos de pesquisas, a Embrapa entregou, em maio, ao Ministério de Agricultura, estudo com a metodologia para incluir as pastagens no zoneamento agrícola de risco climático oficial. O zoneamento, desenvolvido pelo ministério para reduzir prejuízos na atividade agrícola provocados pelo clima, consiste em um calendário de plantio por município, por tipo de solo e por cultivar.
"Hoje, culturas importantes como soja, milho, algodão, café, arroz, feijão e trigo, entre outras, fazem parte do zoneamento agrícola, mas as pastagens ainda não têm calendário próprio", afirma a pesquisadora Patrícia Meneses Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste. No entanto, diz a pesquisadora, o zoneamento agrícola é uma ferramenta indispensável para os produtores que, em busca de alta produtividade, adotam manejo intensivo da pastagem - análise e correção de solo e adubação racional -, recuperam áreas degradadas e investem na tecnificação do pasto. "É importante para o produtor ter esse tipo de orientação, saber quando e onde cultivar o pasto."
Para Patrícia, o zoneamento também vai ampliar o acesso a linhas de crédito e ao seguro rural, já que ambos estão sujeitos à obediência, pelo produtor, ao calendário de plantio proposto.


CRITÉRIOS
A metodologia para o zoneamento de pastagens baseou-se no mesmo modelo utilizado para as 25 culturas que já possuem calendário de plantio. "É um modelo matemático, que considera aspectos como ciclo da planta em suas várias fases, profundidade das raízes, disponibilidade e consumo de água, tipos de solo e histórico de chuvas na região. Todos esses critérios são avaliados, até chegar às recomendações seguras de plantio", explica.
De início, a Embrapa elaborou metodologias para a instalação do pasto, em todo o País - com exceção da Amazônia -, em sistemas de integração lavoura-pecuária. "Fizemos recomendações para o plantio de braquiária integrada com milho e de braquiária integrada com sorgo", diz Patrícia.
Pelo zoneamento, os produtores terão acesso a mapas, com indicações de onde fazer a semeadura. "O produtor saberá onde, em que tipo de solo e quando plantar, além de ser orientado se é recomendável plantar milho precoce ou tardio, por exemplo", diz a pesquisadora. Os dois sistemas de integração foram contemplados, segundo Patrícia, por já estarem maduros e consolidados do ponto de vista técnico.
Agora, a Coordenação Geral de Zoneamento Agropecuário do ministério está avaliando os detalhes do estudo e a metodologia e, ainda este ano, deve ser publicada portaria para incluir as pastagens no zoneamento agrícola, conforme a pesquisadora.
Além da Embrapa Pecuária Sudeste, participaram do projeto as unidades Gado de Corte, Arroz e Feijão, Gado de Leite e Cerrados, com coordenação da Embrapa Informática Agropecuária.

 

Fonte: Estadão

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